Começo
a ter medo dos outros, já não sei mais onde o ser humano é capaz de chegar para
atender sua individualidade. Coletividade e fraternidade, certamente, não devem
ser deste mundo ou, ao menos, deste planeta. Se existem, habitam lá pelas
bandas de Marte, Plutão ou quem sabe em Saturno!
Há uma frase de Millôr Fernades que diz: “Sim,
irmão, o dinheiro não é tudo. Mas o que é que é tudo?” Acho que estou
assim tão perdido, tentando entender esse tudo. Alguém já descobriu esse tudo?
Diariamente, vejo pessoas prejudicarem umas as
outras pelo simples fato de prejudicar, outras por possuírem segundas
intenções. Na verdade, isso é triste, pois são seres que olham para dentro de
si e não encontram nada, e talvez isso justifique suas ações maldosas. Há outras ainda bem piores, que dizem ou pelos
menos são esclarecidas nos conceitos de fraternidade e coletividade, e mesmo
assim preocupam-se apenas com seu umbigo ou com uma pequena seletividade, digna
de um pensamento burguês nojento, e que não sabem a delicia de se preocupar com
o próximo.
Drummond colocou em suas belas palavras que ninguém
é igual a ninguém e todo o ser humano é um estranho ímpar. Mas
infelizmente, paramos no número que por natureza é ímpar, viva o egoísmo e o
falso moralismo.
Às vezes, tenho a impressão que a vida virou um
teatro, um espetáculo premeditado para ações e situações planejadas inconscientemente,
isso mesmo, arquitetada no recesso de nossas mentes por sermos condicionados
socialmente.
Certos estão aqueles que vivem na
concepção de esperar nada do próximo, pois realmente vivemos tempos sombrios
nas relações...Ultimamente, creio somente na felicidade da minha cachorra ao
ver-me chegar em casa, afinal os animais tem muito a nos ensinar. Vamos
observar a natureza, os seus diferentes reinos, pois ali desconfio estar à verdadeira
lição para humanização do homem que se julga superior, somente por sua
racionalidade.
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