sábado, 15 de junho de 2019

Antes de reclamar, tente realizar


Joaquina, vivia num bairro de uma cidade do interior paulista, onde há mais de 15 anos as ruas eram de terra e sem equipamentos sociais e culturais. Ela se questionava se aquele lugar poderia mudar algum dia.

O tempo passou e, agora, Joaquina estava quase se formando em Serviço Social, e as mesmas reflexões a acompanhavam cotidianamente. Numa vontade de fazer a diferença, ela organizou pequenas reuniões em sua casa, convidando a comunidade a refletir sobre o local que morava e como poderia melhorar aquele lugar.

Inicialmente, as reflexões iam para o senso comum, emergindo críticas ao poder público e a atual situação do país. Entretanto, Joaquina sabia que a união faz a força e provoca intensas revoluções, e que para isso era necessário independência e autonomia do seu povo, bem como o desejo por mudança.

Determinada, praticante da ideologia “com a licença eu vou a luta”, propôs desafios aos moradores, que nessa altura, já estavam amadurecidos sobre conceitos de cidadania, política pública, democracia, entre outros. Em espaços adaptados, vários profissionais da comunidade, começaram a organizar-se para atender voluntariamente seus amigos locais. Assim, surgiu um centro cultural improvisado num terreno vazio, uma pequena biblioteca na varanda de Dona Maria e diversas outras propostas. Realizaram ainda rifas, tarde da pizza, entre outros eventos para arrecadação de dinheiro para o asfalto e outras ideias desejadas pelo povoado.

Hoje, aquele bairro se destaca na pequena cidade, seja pela sua infraestrutura ou pela mentalidade de seus moradores. Eles acreditaram no sonho de Joaquina, cujo qual se tornou realidade, beneficiando a todos. Aprenderam que antes de reclamar, deveriam tentar realizar e verificaram que o impossível poderia se tornar realidade.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Perfeição: uma ilusão sedutora


Em nossas vidas, vivemos envolto na ideia da perfeição de modelos sociais, onde cotidianamente afundamos nossos devaneios psíquicos, e muitas vezes acabamos frustrados.
A concepção de perfeição persegue o ser humano a todo momento, mas poucas vezes nossa mente provoca um questionamento em torno desta figura abstrata criada no mental coletivo e social. Afinal, ser perfeito, apresenta-se, em nossa sociedade, como algo acima do bem e do mal, desejado pela maioria dos humanos.
Iludimo-nos com a perfeição, pois ela é sedutora, e parece promover a ideia de modelo aceitável pelo coletivo, entretanto minha individualidade onde está neste contexto? Aqui, começam as nossas frustrações, pois para além do nós, antes existe um eu, que necessita de cuidados, de construção e de olhar individualizado, características que nos tornam humanos.
Assim, necessitamos de refletir sobre a ideia do eu perante a perfeição, e, sobretudo, considerar nossa humanidade nesse exercício.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Errar é humano e estimula o crescimento


   No caminho da vida, muitas lições se apresentam e diversos questionários devem ser respondidos. Alguns possuem mais de uma resposta correta, outros apenas uma alternativa. No entanto, tais questionamentos são responsáveis pelo nosso crescimento enquanto seres humanos e também seres espirituais.
   Nas respostas da vida, por diversas vezes erramos e nos culpamos por isso. Mas afinal o que é o erro? Poucas vezes refletimos sobre o erro numa outra perspectiva, ainda mais quando somos nós que cometemos o erro, pois estamos envolvido sentimentalmente com tal ação. Avaliar uma situação a partir da emoção, não nos permite apreciar ela em sua totalidade.
  O erro é aquilo que de certo modo foge ao padrão do acerto, do convencionalmente classificado como correto. Assim, ao errarmos, estamos num estado de confusão que não nos permite acertar, pois às vezes no faltou o conhecimento suficiente para tal resposta ou até a mesmo a reflexão necessária.
  Entretanto, é de erros e acertos que se constituem as avaliações, cujas quais nos permitem rever conceitos, redirecionar reflexões e caminhos a serem percorridos. Portanto, errar faz parte da essência humana, pois com eles conseguimos ver com clareza os traços e rotas desta viagem chamada vida. Logo, o errar é da natureza humana, sendo uma ferramenta para o crescimento.

Thiago José Fernandes




quinta-feira, 6 de junho de 2019

INTRODUÇÃO À LITERATURA GÓTICA



Segundo Barros, França e Colucci (2015), “surgida no limiar da modernidade iluminista com o romance The Castle of Otranto, de Horace Walpole, publicado em 1764, a literatura gótica, considerada um gênero despretensioso e menor por grande parte da crítica literária, tem se revelado duradoura como a própria modernidade dentro da qual se engendrou, o que se confirma nas sucessivas reedições e atualizações do gênero até os dias de hoje, tanto na literatura quanto nos diversos meios de comunicação.
Para Cereja e Magalhães (2003), essa produção representa uma ruptura não apenas com os padrões literários vigentes, estabelecidos pela primeira geração romântica, mas também com os próprios valores da sociedade. Trata-se em suma, de uma literatura que afronta o racionalismo e o materialismo burgueses e opta por zonas escuras e antilógicas do subconsciente, onde se fundem instintos de vida e de morte, libido e terror.
Nessa perspectiva, verifica-se que a Literatura Gótica apresenta uma temática de questionamento da ordem social, enraizadas com análises do subconsciente humano na perspectiva de sentimentos tristes, melancólicos, entre outros.
Importante compreendermos que tal concepção literária tem sua maior expressão no Romantismo, mais especificamente vinculado ao movimento do Ultra-Romantismo, cujo qual tem forte influência o “mal do século. De acordo Massaud (1998), "o Mal do Século é definido como “Pessimismo extremo, em face do passado e do futuro, sensação de perda de suporte, apatia moral, melancolia difusa, tristeza, culto do mistério, do sonho, da inquietude mórbida, tédio irremissível, sem causa, sofrimento cósmico, ausência da alegria de viver, fantasia desmesurada, atração pelo infinito, “vago das paixões”, desencanto em face do cotidiano, desilusão amorosa, nostalgia, falta de sentimento vital, depressão profunda, abulia, resultando em males físicos, mentais ou imaginários que levam à morte precoce ou ao suicídio”.
Assim, podemos inferir que a Literatura Gótica expressa o “eu” mais profundo do ser humano, revelando suas decepções e desencantos com a vida em todas as suas esferas, bem como nessa viagem analítica do subconsciente humano revela a interação social a partir da inadequação perante a sociedade e busca de pertencimento.

Referências:


O medo como prazer estético: (re)leituras do gótico literário/ Fernando Monteiro de Barros; Júlio França; Luciana Colucci (Orgs.) – Rio de Janeiro: Dialogarts, 2015.

MOISÉS, Massaud. Dicionário de Termos Literários. São Paulo: Cultrix, 1998.

Cereja, William Roberto; Magalhães, Thereza Cochar. Português: linguagens. São Paulo: Atual, 2003.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Solidão: autoconhecimento e autonomia


Um dia nublado, um passeio no parque, embora esteja frio, há uma conexão do ser com a natureza a sua volta.
Pessoas passam, sozinhas, acompanhadas, mas ele está lá, imóvel, deliciando-se com a delicadeza dos sons emanados pelas folhas que tocam suavemente a sola dos sapatos dos transeuntes, bem como pela leve brisa que bailam as árvores ao redor.
Os pensamentos vagueiam entre os diversos aspectos da vida, mas embora ocorra esse turbilhão na mente, o corpo está parado e os olhos observam para além da realidade concreta.
O frio e a solidão, propiciam um estado de reflexão que se revela num êxtase profundo, onde calmamente, a passos lentos, as ideias organizam-se. Não há nada de vazio ou tristeza, mas sim a necessidade dele de construir, desconstruir e reconstruir. Num jogo necessário a vida, que muitos que olham de outro ângulo, não conseguem compreender, perdidos na racionalidade da correria da vida cotidiana, muitas vezes recheada da insensibilidade.
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Assim, o estar sozinho é um exercício de construção do nosso autoconhecimento, dando a autonomia e trazendo a paz necessária a razão cotidiana.


Thiago José Fernandes




Imagem de Ioannis Ioannidis por Pixabay 

Você sabe o que é o prêmio Camões? Sabe quem foi a primeira mulher a ganhar o prêmio?


Considerado o mais importante prêmio da literatura em Língua Portuguesa, o prêmio Camões foi uma iniciativa cultural dos governos Português e Brasileiro.
De acordo com Fraçois Gérard, “(...)O Prêmio Luís de Camões é o maior “galardão literário da comunidade de língua portuguesa”. Contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a comissão julgadora é composta por representantes do Brasil, de Portugal e dos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). A história do prêmio remonta a 1988 (...)”
Conforme aponta o site da Biblioteca Nacional, “o Prêmio Camões de Literatura foi instituído em 1988 com o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto de sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural de nossa língua comum”.
Neste ano de 2019, Chico Buarque foi o nome de destaque, entretanto você sabe quem foi a primeira mulher a ser premiada? Pois bem, foi a nossa querida Rachel de Queiroz. Aliás, cabe também destacar que Rachel de Queiroz também foi a primeira mulher a entrar para a Academia |Brasileira de Letras (ABL).

Thiago José Fernandes






sábado, 1 de junho de 2019

Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu



Num sábado ensolarado, porém com uma temperatura agradável, passeando pela internet lendo letras de Renato Russo e escutando Legião Urbana, deparo-me com o seguinte verso: “quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu.”

Exercitando a mente nessas reflexões, o verbo aprender emerge na análise, afinal como se aprende a amar? Assim, vou caminhando no raciocínio, analisando a vida e suas relações.

Confesso que tal reflexão apresenta-se diante de uma confusão mental. Entretanto, logo verifico que aprender a amar, é um exercício que conjuga diversos outros sentimentos e emoções presentes no mundo, cujos quais o amor se revela como o mais sublime. Assim sendo, posso inferir que o Amor seja impossível de ser definido, sendo algo para ser experienciado.

Assim, se aprende a amar, amando. Precisa-se nessa lição entender nossos sentimentos e concepções da vida, entregar-se as oportunidades apresentadas de corpo e alma, de forma que todos os sentimentos positivos estejam em equilíbrio, para que enfim seja possível atingir o amor.

Quando somos imundado pelo Amor, o mundo passa a ser seu, conforme Renato Russo expressa na canção. Ou seja, a vida torna-se bela, equilibrada, e nossa relação com o mundo fica harmônica, sentimo-nos parte dele e estamos em paz por isso.


Thiago José Fernandes