Joaquina, vivia num bairro de uma cidade do interior paulista, onde há mais de 15 anos as ruas eram de terra e sem equipamentos sociais e culturais. Ela se questionava se aquele lugar poderia mudar algum dia.
O
tempo passou e, agora, Joaquina estava quase se formando em Serviço
Social, e as mesmas reflexões a acompanhavam cotidianamente. Numa
vontade de fazer a diferença, ela organizou pequenas reuniões em
sua casa, convidando a comunidade a refletir sobre o local que morava
e como poderia melhorar aquele lugar.
Inicialmente,
as reflexões iam para o senso comum, emergindo críticas ao poder
público e a atual situação do país. Entretanto, Joaquina sabia
que a união faz a força e provoca intensas revoluções, e que para
isso era necessário independência e
autonomia do seu povo, bem como o desejo por mudança.
Determinada,
praticante da ideologia “com a licença eu vou a luta”, propôs
desafios aos moradores, que nessa altura, já estavam amadurecidos
sobre conceitos de cidadania, política pública, democracia, entre
outros. Em espaços adaptados, vários profissionais da comunidade,
começaram a organizar-se para atender voluntariamente seus amigos
locais. Assim, surgiu um centro cultural improvisado num terreno
vazio, uma pequena biblioteca na varanda de Dona Maria e diversas
outras propostas. Realizaram ainda rifas, tarde da pizza, entre
outros eventos para arrecadação de dinheiro para o asfalto e outras
ideias desejadas pelo povoado.
Hoje,
aquele bairro se destaca na pequena cidade, seja pela sua
infraestrutura ou pela mentalidade de seus moradores. Eles
acreditaram no sonho de Joaquina, cujo qual se tornou realidade,
beneficiando a todos. Aprenderam que antes de reclamar, deveriam
tentar realizar e verificaram que o impossível poderia se tornar
realidade.