segunda-feira, 3 de junho de 2019

Solidão: autoconhecimento e autonomia


Um dia nublado, um passeio no parque, embora esteja frio, há uma conexão do ser com a natureza a sua volta.
Pessoas passam, sozinhas, acompanhadas, mas ele está lá, imóvel, deliciando-se com a delicadeza dos sons emanados pelas folhas que tocam suavemente a sola dos sapatos dos transeuntes, bem como pela leve brisa que bailam as árvores ao redor.
Os pensamentos vagueiam entre os diversos aspectos da vida, mas embora ocorra esse turbilhão na mente, o corpo está parado e os olhos observam para além da realidade concreta.
O frio e a solidão, propiciam um estado de reflexão que se revela num êxtase profundo, onde calmamente, a passos lentos, as ideias organizam-se. Não há nada de vazio ou tristeza, mas sim a necessidade dele de construir, desconstruir e reconstruir. Num jogo necessário a vida, que muitos que olham de outro ângulo, não conseguem compreender, perdidos na racionalidade da correria da vida cotidiana, muitas vezes recheada da insensibilidade.
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Assim, o estar sozinho é um exercício de construção do nosso autoconhecimento, dando a autonomia e trazendo a paz necessária a razão cotidiana.


Thiago José Fernandes




Imagem de Ioannis Ioannidis por Pixabay 

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