domingo, 25 de janeiro de 2009

Toc e toc

As chaves não cabem na fechadura
As chaves não existem mais
Chaves onde vocês estão?

Toc, toc, toc...

A porta está imóvel
A porta só faz barulho
A porta não abre

Toc, toc, toc...

Apenas ruídos de um coração sem freios...

sábado, 10 de janeiro de 2009

INSÔNIA...

Sono, sono, sono
Rolo, rolo, rolo
Será que é o lençol?

Calor, calor, calor
Suor, suor, suor
Já sei...

Insônia...
Insônia...
Insônia...

Virgem (Marina Lima/Antônio Cícero)

As coisas não precisam de você
Quem disse que eu
Tinha que precisar?
As luzes brilham no vidigal
E não precisam de você
Os Dois Irmãos também não precisam
O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Esses nem sabem de você
Nem vão querer saber
E o farol da ilha só gira agora
Por outros olhos e armadilhas
O farol da ilha procura agora
Outrros olhos e armadilhas
Outros e armadilhas

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A FESTA DO PERMITA-SE


A FESTA DO PERMITA-SE
(THIAGO JOSÉ FERNANDES)
Amarela, vermelha, azul ou talvez preta. Bem, o melhor é a branca, pelo menos assim reza a tradição. Finalmente, derrubei uma tese que perdurá há anos no meio da moda, no revellion o preto não é cor básica e que podemos usar sem errar. Tadinho dos emos !!! Sinto que suas franjas eriçaram...
Pois bem, a noite desceu sorrateiramente e densa, e as pessoas se preocupavam com a tal festa branca, essa noite tudo vale, desde de orações até a básica macumbinha para uma vida melhor...Para alguns o ano já vai tarde, para outros ainda é cedo. Mas enfim, todos esquecem e unem-se para a contagem regressiva, afinal é esse o momento esperado...
O interessante desse momento, é que todos somos capazes, por algumas horas, de sobrevoar os campos da destruição, não existe uma negatividade concreta,porém uma hipocrisia abstrata reina na atmosfera. No entanto, sendo essa abstrata, não podendo tocá-la e nem mesmo vê-la já nos sentimos plenos e felizes.
O sino deu as doze badaladas, a comilança exagerada começou...A hipocrisia instaurou-se... Mas de repente, é tarde, precisamos ir embora, beijinhos e abraços...
O novo dia, o novo tempo nasce, o sol ocupa o lugar mais alto, e as pessoas perderam aquele ânimo de algumas horas atrás...é exatamente aí, onde passada a tal festa da cor branca em que as energias são renovadas, pergunto-te: e agora José? A festa acabou e o povo sumiu...é meu caro, a vida continua... Hoje, Copacabana não está iluminada dando boas vindas ao novo ano, o que resta é o farol da praia iluminando as novas armadilhas desse novo dia, desse novo tempo que começou. Certamente, os ventos do destino sopram e a sua mocidade vai ficando para trás, afinal mais um aniversário se aproxima. Hoje, a Lua não representa a estrada aberta para a felicidade, ela é mais um elemento natural que nós seres tecnológicos e materialistas não somos capazes de contemplar a sua magnitude.
Na verdade, o novo ano é o momento do novo chamado, é hora de seguir e ver onde é que vai dar cada passo, é hora de se arriscar. Na verdade, para se ter um novo tempo em nossa vida, é necessário que antes cada ser permita-se ter um novo tempo, o novo surge de dentro para fora, basta seguir o exemplo do fogos de artifício que anunciaram a chegada desse novo tempo, afinal a sua beleza está reservada num pequeno compartimento que explode de dentro para fora
Confesso que tenho buscado uma palavra para definir esse movimento do de dentro para fora, nessa andança vocabular, deparei-me com o vocábulo permitir. Meus caros, acho que a festa branca deveria ser chamada de festa do permita-se, pois a ação de permitir é tão intima, e acontece de dentro para fora. Então é tempo do permita-se, permita-se ser feliz, permita-se amar e ser amado, permita-se ser tolerante e ser tolerado, permita-se perdoar e ser perdoado, e mais um milhão de permita-se são necessários para compor o cardápio da nova festa branca. Hoje, já vivendo o novo tempo, penso que a mesma Lua que há duas noites representava uma estrada aberta para um lugar de felicidade plena, abriga um recado : não é tempo de desistir, é sim tempo de se permitir, não se guarde, mudanças estão por vir, seja elas boas ou ruins, afinal tempo difíceis existem para aperfeiçoar eu e meus irmãos aprendizes do ofício de viver.
Agora é só mais um dia comum, um dia após o outro...As nuvens deixaram de ser de algodão...Mas nós podemos ser diferentes, podemos ser outros, melhores e mais felizes, basta nos permitimos. Pegue o fósforo da esperança e acenda o estopim, vamos deixar o show pirotécnico humano anunciar um novo tempo.