domingo, 8 de março de 2009

A morfologia e sua autonomia

De acordo com o dicionário Aurélio (2000), a palavra morfologia define-se como a descrição da forma e, ainda, num segundo verbete, como a descrição da forma da palavra. Isso posto, o vocábulo pode ser definido como a forma e estrutura de um objeto ou os arranjos e inter-relacionamentos entre as partes de um objeto, no caso a palavra; uma vez que estamos definindo morfologia lingüística.
Em linguística, no nível de análise morfológica encontramos duas unidades formais: a palavra e o morfema. Uma das questões centrais no estudo da morfologia é decidir se a abordagem será pela perspectiva do morfema ou se a partir da palavra, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período.A Gramática Tradicional fez opção clara pela abordagem a partir da perspectiva da palavra, tanto que a morfologia tradicional é centrada no estudo das classes de palavras. Alguns lingüistas sugerem que a abordagem a partir dos morfemas é mais sensata, dadas as dificuldades encontradas para delimitar o conceito de palavra.
Dessa forma, recaímos na definição tradicional de morfologia, ou seja, o estudo da composição da palavra. Porém essa definição ou conceituação da palavra é complicada, pois é fato que os falantes têm uma intuição clara do que sejam palavras e conseguem identificá-las facilmente nas situações em que se exige a segmentação do discurso palavra a palavra, como ocorre, por exemplo, no discurso escrito. Mas quando nos debruçamos sobre o estudo da palavra, encontramos sérias dificuldades para estabelecer uma definição universal, válida para todas as ocorrências.
Para Horácio Rolim de Freitas (2007, p.9), os fatos gramaticais devem ser descritos de acordo com a função dos elementos que compõem a estrutura de um sistema num determinado estado de língua. Isso posto, a definição de morfologia pode se efetivar por meio de um viés diacrônico ou sincrônico. Porém, ao fazer uma abordagem diacrônica para entender um fato atual, principalmente em morfologia, esbarraremos na sincronia. Freitas (2007,,p.9) ainda expõe que ao se fazer uma interpretação sincrônica, encontraremos no meio da caminho o aspecto dinâmico da língua.
Para entendermos a morfologia, precisamos considerar os aspectos dinâmicos da Língua que certamente conferem a morfologia uma autonomia, pois esta é uma estrutura que se governa por si mesma. Mattoso Câmara ainda destaca que os vocábulos têm um valor imanente, decorrente da circunstância de que associamos as outras formas presentes no sistema lingüístico, logo um valor morfológico, isto é, a morfologia tem sua autonomia. Em suma, podemos dizer que a autonomia da morfologia reside nas suas particularidades e regras que independem da sintaxe.

( Thiago José Fernandes)




     style="display:inline-block;width:728px;height:90px"
     data-ad-client="ca-pub-4239404993507561"
     data-ad-slot="9521013921">




MEDITAÇÃO

Por que não eu ?
Vai saber...
Na varanda, vejo um vilarejo
Deito no chão, enfim descanso
Será que aqui a razão tem lugar?
Por que não eu?
O vento sopra meu corpo
A Lua ilumina minha alma
O tempo atravessa a noite
Por que não eu?
Talvez eu espero do mundo
E o mundo espera de mim ou de nós
Será que é o tempo que não nos deixa perceber
Por que não eu?
Espero por proteção divina,
Mas acho que o tempo está contra mim
Ops! Bombas, bombas e bombas...
As baratas pensam que são rainhas!
Por que não elas?
A vida é rara e excêntrica...

( Thiago José Fernandes)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Toc e toc

As chaves não cabem na fechadura
As chaves não existem mais
Chaves onde vocês estão?

Toc, toc, toc...

A porta está imóvel
A porta só faz barulho
A porta não abre

Toc, toc, toc...

Apenas ruídos de um coração sem freios...

sábado, 10 de janeiro de 2009

INSÔNIA...

Sono, sono, sono
Rolo, rolo, rolo
Será que é o lençol?

Calor, calor, calor
Suor, suor, suor
Já sei...

Insônia...
Insônia...
Insônia...

Virgem (Marina Lima/Antônio Cícero)

As coisas não precisam de você
Quem disse que eu
Tinha que precisar?
As luzes brilham no vidigal
E não precisam de você
Os Dois Irmãos também não precisam
O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Esses nem sabem de você
Nem vão querer saber
E o farol da ilha só gira agora
Por outros olhos e armadilhas
O farol da ilha procura agora
Outrros olhos e armadilhas
Outros e armadilhas

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

A FESTA DO PERMITA-SE


A FESTA DO PERMITA-SE
(THIAGO JOSÉ FERNANDES)
Amarela, vermelha, azul ou talvez preta. Bem, o melhor é a branca, pelo menos assim reza a tradição. Finalmente, derrubei uma tese que perdurá há anos no meio da moda, no revellion o preto não é cor básica e que podemos usar sem errar. Tadinho dos emos !!! Sinto que suas franjas eriçaram...
Pois bem, a noite desceu sorrateiramente e densa, e as pessoas se preocupavam com a tal festa branca, essa noite tudo vale, desde de orações até a básica macumbinha para uma vida melhor...Para alguns o ano já vai tarde, para outros ainda é cedo. Mas enfim, todos esquecem e unem-se para a contagem regressiva, afinal é esse o momento esperado...
O interessante desse momento, é que todos somos capazes, por algumas horas, de sobrevoar os campos da destruição, não existe uma negatividade concreta,porém uma hipocrisia abstrata reina na atmosfera. No entanto, sendo essa abstrata, não podendo tocá-la e nem mesmo vê-la já nos sentimos plenos e felizes.
O sino deu as doze badaladas, a comilança exagerada começou...A hipocrisia instaurou-se... Mas de repente, é tarde, precisamos ir embora, beijinhos e abraços...
O novo dia, o novo tempo nasce, o sol ocupa o lugar mais alto, e as pessoas perderam aquele ânimo de algumas horas atrás...é exatamente aí, onde passada a tal festa da cor branca em que as energias são renovadas, pergunto-te: e agora José? A festa acabou e o povo sumiu...é meu caro, a vida continua... Hoje, Copacabana não está iluminada dando boas vindas ao novo ano, o que resta é o farol da praia iluminando as novas armadilhas desse novo dia, desse novo tempo que começou. Certamente, os ventos do destino sopram e a sua mocidade vai ficando para trás, afinal mais um aniversário se aproxima. Hoje, a Lua não representa a estrada aberta para a felicidade, ela é mais um elemento natural que nós seres tecnológicos e materialistas não somos capazes de contemplar a sua magnitude.
Na verdade, o novo ano é o momento do novo chamado, é hora de seguir e ver onde é que vai dar cada passo, é hora de se arriscar. Na verdade, para se ter um novo tempo em nossa vida, é necessário que antes cada ser permita-se ter um novo tempo, o novo surge de dentro para fora, basta seguir o exemplo do fogos de artifício que anunciaram a chegada desse novo tempo, afinal a sua beleza está reservada num pequeno compartimento que explode de dentro para fora
Confesso que tenho buscado uma palavra para definir esse movimento do de dentro para fora, nessa andança vocabular, deparei-me com o vocábulo permitir. Meus caros, acho que a festa branca deveria ser chamada de festa do permita-se, pois a ação de permitir é tão intima, e acontece de dentro para fora. Então é tempo do permita-se, permita-se ser feliz, permita-se amar e ser amado, permita-se ser tolerante e ser tolerado, permita-se perdoar e ser perdoado, e mais um milhão de permita-se são necessários para compor o cardápio da nova festa branca. Hoje, já vivendo o novo tempo, penso que a mesma Lua que há duas noites representava uma estrada aberta para um lugar de felicidade plena, abriga um recado : não é tempo de desistir, é sim tempo de se permitir, não se guarde, mudanças estão por vir, seja elas boas ou ruins, afinal tempo difíceis existem para aperfeiçoar eu e meus irmãos aprendizes do ofício de viver.
Agora é só mais um dia comum, um dia após o outro...As nuvens deixaram de ser de algodão...Mas nós podemos ser diferentes, podemos ser outros, melhores e mais felizes, basta nos permitimos. Pegue o fósforo da esperança e acenda o estopim, vamos deixar o show pirotécnico humano anunciar um novo tempo.