quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vale a pena conhecer Félix de Athayde


Bom galerinha, hoje vim aqui falar de um poeta social, rsrsrsrs Félix de Athayde. Esse poeta produz uma poesia engajada e está inserido na poesia social das décadas de 50 e 70. Ele faz uso de uma linguagem simples e voltada para a realidade social.


AH! MÉRICA

América do Norte:

América rapina.

América da morte:

América Latina.

América do Norte:

América que come.

América de carga:

América que paga.

América do povo:

América do polvo.

América do Norte:

América do tudo.

América sugada.

América do nada.

América do Norte:

América padrão.

América do pobre:

América sem pão.

América do Norte:

América patrão.

América Latina:

Começa a dizer Não.


O poema acima expressa a divisão social e num plano mais subjetivo a divisão política das Américas. Pois bem, o poema termina com uma leve reação da América Latina, entendendo-se aqui o período de contestação da arte e do povo brasileiro, que infelizmente hoje não o encontramos mais.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Análise da música "ainda bem"(Vanessa da Mata)



Ainda bem /Que você vive comigo / Porque se não / Como seria esta vida? / Sei lá, sei lá


Já nos primeiros versos, encontramos a condição de entrega, vassalação e submissão ao ser amado. O eu lírico faz uso da nossa velha e boa expressão "ainda bem" para desmontrar uma situação de alívio e conforto. Repare que o ser amado é o porto seguro do eu lírico, afinal, diante da pergunta como seria esta vida, não se encontra a resposta.



Nos dias frios em que nós estamos juntos / Nos abraçamos sob o nosso conforto de amar, de amar


Bom... Nessa estrofe é relembrado o momento crucial do relacionamento, definido por uma construção semântica inesperada, pelo menos por mim..rsrsrsrsr o conforto de amar....


Se há dores tudo fica mais fácil / Seu rosto silencia e faz parar


Aqui encontramos o consenso geral, em que quando estamos junto com alguém tudo fica mais fácil, a vida se torna mais doce e os problemas é vencido pela união.



As flores que me manda são fato / Do nosso cuidado e entrega


Nesses dois vesos, o eu lírico confirma tua posição de submissão e entrega ao ser amado e, ainda, mostra qual é prêmio por isso, ou seja, quando o amor é verdadeiro temos a famosa reciprocidade....


Meus beijos sem os seus não dariam / Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte / Seria o acaso e não sorte


Nesses versos, continuamos tem a confirmação da submissão e entrega. Note que encontramos o mito da alma gêmea rsrsrsrsrsr, " meu corpo sem o seu uma parte": a plenitude do ser está presente na união dos dois corpos...aí meu Deus!!!!!!!!!!!! rsrsrsrs



Neste mundo de tantos / entre tantos outros / Que sorte a nossa hein? / Entre tantas paixões / Esse encontro / Nós dois, esse amor.


Nos versos finais, temos um raciocínio perfeito e romântico no sentido moderno, rsarsrsrsrs é nos apresentada a conclusão, pois existem vários mundos dentro de um só...Que mundos seriam esses? O mundo dos descasados, dos solteiros, dos românticos, dos ricos , dos pobres, entre tantos outros...Agora, eu preciso concordar com o eu lírico, pois é uma sorte imensa esse encontro, pois tá difícil encontrar um amor desse tipo....

sábado, 19 de janeiro de 2008

Para entender uma metáfora....


Você sempre se pergunta o que é uma metáfora? Então, vamos acabar com essa dúvida e ficar um pouco mais culto. rsrsrsrsrsr A metáfora é a figura de linguagem mais utilizada na Literatura e até mesmo no nosso cotidiano. Ela consiste numa associação direta entre nossa idéia e algum elemento do universo. Vamos aos exemplos:


" Roberto é um furacão em medicina."

Repare que na frase acima, usamos a palavra furacão para ressaltar uma qualidade de Roberto. Então, a metáfora consiste nestas comparações..... Numa linguagem mais direta, eu poderia dizer que Roberto é muito competente em medicina. Na metáfora usamos o sentido figurado da palavra.... E aí, aliviou,? nãoooooooooo!!!!!!!! Vamos a mais um exemplo:


" Camila é um vulcão de emoções"...


Pense comigo, rsrsrsrs calima pode ser um vulcão? Acho q não, né!!!! Isso é uma metáfora....


Ah! Cansei-me....fuiiiiiiiiiiiiiiiii, afinal , hoje tem baile...kkkkkkkkkkkk

Pret-à-porter 9: Antunes Filho retorna.....

Parabéns Antunes Filho...Meu caro internauta, vc deve estar perguntando o porquê do parabéns, saiba que o projeto Pre-à-porter está comemorando 10 anos....O projeto foi iniciado em 1998, com uma nova proposta teatral, que eu definiria como o método Antunes de encenação...Quem não assistiu nenhum dos anteriores, corra e assista o de número nove, pois vale a pena. Nesses espetáculos, o dramaturgo propõe novas criações narrativas cênicas que partem de experiências do C.P.T. , em que os atores por meio de dinâmicas, exercícios, pesquisas e vivências criam os espetáculo, lógico q sob a tutela do meu querido Antunes...Bom galera, eu vou correr, porque quero pegar a estréia no teatro Sesc Consolação...bye bye!

Vale a pena conhecer Nélida Piñon

" Somos filhos de utopias fracassadas, mas também construtores de novas utopias" ( Nélida Piñon )
Nossa, hoje tá difícil rsrsrsrsrsrsr Salve a voz feminina, oxalá, meu pai!!!! O título do post já confirma o texto que aqui se desenvolverá...rsrsrsr Pois bem, vale a pena conhecer Nélida Piñon, essa carioca que faz uma literatura densa, culta e que acredita no valor da narração. Para mim, Nélida apresenta uma linguagem das mais apuradas expressivamente na Literatura contemporânea brasileira...Se vc quiser conhecer Nélida, darei uma dica kkkkkkk leia o conto "I love my husband", depois você me diz, rsrsrsrsrs é isso aí...fui........

HETERÔNIMO FEMININO DE FERNANDO PESSOA


UIUIUIUIUIUIUI.....Olá galera, tô aqui para falar de Fernando Pessoa, se vc sempre pensou que o poeta só usou heterônimos masculinos, está redondamente enganado. O poeta criou um heterônimo feminino chamado Maria José...Confira abaixo um dos seus textos....



Maria José, Metáfora de Uma Alma à Janela*ouA CARTA DA CORCUNDA PARA O SERRALHEIROMaria José"Senhor António:
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O senhor nunca há de ver esta carta, nem eu a hei de ver segunda vez porque estou tuberculosa, mas eu quero escrever-lhe ainda que o senhor o não saiba, porque se não escrevo abafo.O senhor não sabe quem eu sou, isto é, sabe mas não sabe a valer. Tem-me visto à janela quando o senhor passa para a oficina e eu olho para si, porque o espero a chegar, e sei a hora que o senhor chega. Deve sempre ter pensado sem importância na corcunda do primeiro andar da casa amarela, mas eu não penso senão em si. Sei que o senhor tem uma amante, que é aquela rapariga loura alta e bonita; eu tenho inveja dela mas não tenho ciúmes de si porque não tenho direito a ter nada, nem mesmo ciúmes. Eu gosto de si porque gosto de si, e tenho pena de não ser outra mulher, com outro corpo e outro feitio, e poder ir à rua e falar consigo ainda que o senhor me não desse razão de nada, mas eu estimava conhecê-lo de falar.O senhor é tudo quanto me tem valido na minha doença e eu estou-lhe agradecida sem que o senhor o saiba. Eu nunca poderia ter ninguém que gostasse de mim como se gostasse das pessoas que têm o corpo de que se pode gostar, mas eu tenho o direito de gostar sem que gostem de mim, e também tenho o direito de chorar, que não se negue a ninguém.Eu gostava de morrer depois de lhe falar a primeira vez mas nunca terei coragem nem maneiras de lhe falar. Gostava que o senhor soubesse que eu gostava muito de si, mas tenho medo que se o senhor soubesse não se importasse nada, e eu tenho pena já de saber que isso é absolutamente certo antes de saber qualquer coisa, que eu mesmo não vou procurar saber.Eu sou corcunda desde a nascença e sempre riram de mim. Dizem que todas as corcundas são más, mas eu nunca quis mal a ninguém. Além disso sou doente, e nunca tive alma, por causa da doença, para ter grandes raivas. Tenho dezanove anos e nunca sei para que é que cheguei a ter tanta idade, e doente, e sem ninguém que tivesse pena de mim a não ser por eu ser corcunda, que é o menos, porque é a alma que me dói, e não o corpo, pois a corcunda não faz dor.
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Eu até gostava de saber como é a sua vida com a sua amiga, porque como é uma vida que eu nunca posso ter — e agora menos que nem vida tenho — gostava de saber tudo. Desculpe escrever-lhe tanto sem o conhecer, mas o senhor não vai ler isso, e mesmo que lesse nem sabia que era consigo e não ligava importância em qualquer caso, mas gostaria que pensasse que é triste ser marreca e viver sempre só à janela, e ter mãe e irmãs que gostam da gente mas sem ninguém que goste de nós, porque tudo isso é natural e é a família, e o que faltava é que nem isso houvesse para uma boneca com os ossos às avessas como eu sou, como eu já ouvi dizer. Houve um dia que o senhor vinha para a oficina e um gato se pegou à pancada com um cão aqui defronte da janela, e todos estivemos a ver, e o senhor parou, ao pé do Manuel das Barbas, na esquina do barbeiro, e depois olhou para mim, para a janela, e viu-me a rir e riu também para mim, e essa foi a única vez que o senhor esteve a sós comigo, por assim dizer, que isso nunca poderia eu esperar.Tantas vezes, o senhor não imagina, andei à espera que houvesse outra coisa qualquer na rua quando o senhor passasse e eu pudesse outra vez ver o senhor a ver e talvez olhasse para mim e eu pudesse olhar para si e ver os seus olhos a direito para os meus.
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Mas eu não consigo nada do que quero, nasci já assim, e até tenho que estar em cima de um estrado para poder estar à altura da janela. Passo todo o dia a ver ilustrações e revistas de modas que emprestam à minha mãe, e estou sempre a pensar noutra coisa, tanto que quando me perguntam como era aquela saia ou quem é que estava no retrato onde está a Rainha de Inglaterra, eu às vezes me envergonho de não saber, porque estive a ver coisas que não podem ser e que eu não posso deixar que me entrem na cabeça e me dêem alegria para eu depois ainda por cima ter vontade de chorar.
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Depois todos me desculpam, e acham que sou tonta, mas não me julgam parva, porque ninguém julga isso, e eu chego a não ter pena da desculpa, porque assim não tenho que explicar porque é que estive distraída.Ainda me lembro daquele dia que o senhor passou aqui ao Domingo com o fato azul claro. Não era azul claro, mas era uma sarja muito clara para o azul escuro que costuma ser. O senhor ia que parecia o próprio dia que estava lindo e eu nunca tive tanta inveja de toda a gente como nesse dia. Mas não tive inveja da sua amiga, a não ser que o senhor não fosse ter com ela mas com outra qualquer, porque eu não pensei senão em si, e foi por isso que invejei toda a gente, o que não percebo mas o certo é que é verdade. Não é por ser corcunda que estou aqui sempre à janela, mas é que ainda por cima tenho uma espécie de reumatismo nas pernas e não me posso mexer, e assim estou como se fosse paralítica, o que é uma maçada para todos cá em casa e eu sinto ter que ser toda a gente a aturar-me e a ter que me aceitar que o senhor não imagina. Eu às vezes dá-me um desespero como se me pudesse atirar da janela abaixo, mas eu que figura teria a cair da janela? Até quem me visse cair ria e a janela é tão baixa que eu nem morreria, mas era ainda mais maçada para os outros, e estou a ver-me na rua como uma macaca, com as pernas à vela e a corcunda a sair pela blusa e toda a gente a querer ter pena mas a ter nojo ao mesmo tempo ou a rir se calhasse, porque a gente é como é e não como tinha vontade de ser.(...)- e enfim porque lhe estou eu a escrever se lhe não vou mandar esta carta?
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O senhor que anda de um lado para o outro não sabe qual é o peso de a gente não ser ninguém. Eu estou à janela todo o dia e vejo toda a gente passar de um lado para o outro e ter um modo de vida e gozar e falar a esta e àquela, e parece que sou um vaso com uma planta murcha que ficou aqui à janela por tirar de lá.O senhor não pode imaginar, porque é bonito e tem saúde o que é a gente ter nascido e não ser gente, e ver nos jornais o que as pessoas fazem, e uns são ministros e andam de um lado para o outro a visitar todas as terras, e outros estão na vida da sociedade e casam e têm batizados e estão doentes e fazem-lhe operações os mesmos médicos, e outros partem para as suas casas aqui e ali, e outros roubam e outros queixam-se, e uns fazem grandes crimes e há artigos assinados por outros e retratos e anúncios com os nomes dos homens que vão comprar as modas ao estrangeiro, e tudo isto o senhor não imagina o que é para quem é um trapo como eu que ficou no parapeito da janela de limpar o sinal redondo dos vasos quando a pintura é fresca por causa da água. Se o senhor soubesse isto tudo era capaz de vez em quando me dizer adeus da rua, e eu gostava de se lhe poder pedir isso, porque o senhor não imagina, eu talvez não vivesse mais, que pouco é o que tenho de viver, mas eu ia mais feliz lá para onde se vai se soubesse que o senhor me dava os bons dias por acaso. A Margarida costureira diz que lhe falou uma vez, que lhe falou torto porque o senhor se meteu com ela na rua aqui ao lado, e essa vez é que eu senti inveja a valer, eu confesso porque não lhe quero mentir, senti inveja porque meter-se alguém conosco é a gente ser mulher, e eu não mulher nem homem, porque ninguém acha que eu sou nada a não ser uma espécie de gente que está para aqui a encher o vão da janela e a aborrecer tudo que me vêm, valha me Deus.O António (é o mesmo nome que o seu, mas que diferença!) o António da oficina de automóveis disse uma vez a meu pai que toda a gente deve produzir qualquer coisa, que sem isso não há direito a viver, que quem não trabalha não come e não há direito a haver quem não trabalhe. E eu pensei que faço eu no mundo, que não faço nada senão estar à janela com toda a gente a mexer-se de um lado para o outro, sem ser paralítica, e tendo maneira de encontrar as pessoas de quem gosta, e depois poderia produzir à vontade o que fosse preciso porque tinha gosto para isso.
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Adeus senhor António, eu não tenho senão dias de vida e escrevo esta carta só para a guardar no peito como se fosse uma carta que o senhor me escrevesse em vez de eu a escrever a si. Eu desejo que o senhor tenha todas as felicidades que possa desejar e que nunca saiba de mim para não rir porque eu sei que não posso esperar mais. Eu amo o senhor com toda a minha alma e toda a minha vida.Aí tem e estou a chorar."

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Vestibulares: Unicamp tem vestibular mais fácil do que a fuvest


Aí pessoal, fica a dica rsrsrsrsrsr, faça unicamp da próxima vez. Professores dos maiores cursinhos do país afirmam que o vestibular da fuvest esse ano exigiu conhecimento mais complexos... Dica para quem vai para a próxima fase da fuvest: revise as particularidades....O complexo reside no mínino....bye bye

O que é mpb?


Bom meus caros amigos, não confunda mpb com música brasileira, uma vez que esta tem vários gêneros como baião, sertanejo, bossa nova, forró, entre outros e também mpb. Esse gênero surge com o declínio da bossa nova e toma ares engajados...Atualmente, a mpb tem se misturado a outros gêneros e contribuindo para a nossa multiplicidade cultural, mas é importante saber que mpb é um gênero musical e não resume por si só a música produzida no Brasil....É isso aí, o buraco é mais em cima, hehehehehehhe....

MEXEU COMIGO!!!!!!!



Na minhas curtas viagens pelo orkut, tenho percebido que virou mania colocar as legendas em inglês nas fotos...Aí meu Deus, que falta de patriotismo...Esse fenômeno fez eu parar para refletir e concordar com alguns linguistas, quando afirmam que muitos idiomas desaparecerão...essa tal globalização está provocando uma revolução até no idioma, não sei se devo concordar, mas acho absolutamente ridículo pessoas escreverem em inglês em sua páginas, quando nem sabem às regras básicas do nosso idioma...Salvem os tradutores on-line. kkkkkkkkkkkkkkkkk

sábado, 12 de janeiro de 2008

Rita Lee lança seu novo cd: Pic Nic


Olá amantes da boa música, Rita Lee ataca com seu novo cd "Pic Nic". Nesse novo álbum, a cantora recorda seus maiores sucessos e ainda apresenta suas novas músicas como Tão e Dinheiro. O show de lançamento acontecerá entre os dias 18 e 26 de janeiro no Canecão, no Rio.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O movimento Barroco para iniciantes...


Podemos dizer que o Barroco é a arte da indisciplina. Esse movimento tem como base o dualismo e a contradição, é a expressão do conflito espiritual do homem dos séculos XVI e XVII.
A arte barroca tem como características: a efemeridade do tempo e o carpe diem, conceptismo, cultismo, conflito entre fé e razão, morbidez, oposição entre mundo material e espiritual. A Literatura barroca apresenta-se com um gosto pelo raciocínio complexo, gosto pelas inversões sintáticas e por construções raras...
Para conhecer melhor a atmosfera barroca, assista: As bruxas de Salem e O homem da máscara de ferro. Na música, você pode procurar as composições de Vivaldi. Na Literatura, Os sermões (Pe. Antônio Vieira); Gregório de Matos ( esse autor tem uma veia satírica das mais apuradas na Literatura Brasileira) .

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Análise da música; Somos quem podemos ser

Somos Quem Podemos Ser
(Engenheiros do Hawaii)

Composição: Humberto Gessinger
Um dia me disseram/Que as nuvens/Não eram de algodão/Um dia me disseram/Que os ventos/Às vezes erram a direção/E tudo ficou tão claro/Um intervalo na escuridão/Uma estrela de brilho raro/Um disparo para um coração.../A vida imita o vídeo/Garotos inventamUm novo inglês/Vivendo num país sedento/Um momento de embriaguez.../Somos quem podemos ser.../Sonhos que podemos ter.../Um dia me disseram/Quem eram os donosdasituação/Sem querer eles me deram/As chaves que abrem/Essa prisão/E tudo ficou tão claro/O que era raro, ficou comum/Como um dia depois do outro/Como um dia, um dia comum.../A vida imita o vídeo/Garotos inventamUm novo inglês/Vivendo num país sedento/Um momento de embriaguez.../Somos quem podemos ser.../Sonhos que podemos ter.../Um dia me disseramQue as nuvensNão eram de algodão/Sem querer eles me deramAs chaves que abremEssa prisão/Quem ocupa o tronoTem culpa/Quem oculta o crimeTambém/Quem duvida da vidaTem culpa/Quem evita a dúvidaTambém tem.../Somos quem podemos ser.../Sonhos que podemos ter...

Breve Análise:
A música se inicia com a expressão " um dia me disseram", que se repetirá várias vezes durante a música. Poisbem, essa expressão nos contrapõe duas situações vividas pelo eu lírico: uma antes e outra depois desse tal dia. " um dia me disseram que as nuvens não eram de algodão", essa expressão leva-nos a supor que o eu lírico via o mundo de forma ingênua e inconsciente.
Na terceira estrofe temos as palavras chaves e prisão que podemos considerar que foram empregadas conotativamente, onde podemos inferir que a palavra chave equivale a consciência e a capacidade crítica perante o mundo; a prisão significa a visão limitada da realidade.
Lembre-se que o eu lírico afirma que um dia o disseram alguma coisa, então após esse dia ele passou a ver o mundo de outra forma, pois ele conseguiu as chaves que abrem a prisão, ou seja, tornou-se crítico e libertou-se da realidade opressora.
A música de Humberto Gessinger faz uma crítica aos jovens que adotam o consumismo de forma inconsciente; mas há também uma crítica a todos os grupos sociais, manipulados pelos meios de comunicação e massa e pelo consumismo.
Os dois últimos versos da canção: " Somos quem podemos ser/ Sonhos que podemos ter" faz alusão ao jogo social, em que todos nós participamos...Esses versos mostram que não conseguimos ser nós mesmos; o que somos e sonhamos são condicionados pelas regras do jogo social...Aí meu Deus, quero liberdade de expressão, rsrsrsrs

A identidade cultural brasileira

A identidade brasileira é marcada pela multiplicidade, ou seja, a multiplicidade de culturas étnicas que formaram o país em suas raízes históricas. A identidade cultural brasileira vai refletir os vários povos que constituíram demograficamente nosso país, ou seja, ela é o resultado das miscigenações de povos e costumes que geraram uma terceira geração cultural, a qual pode se denominar a real identidade nacional. Ao nosso ver, essa terceira geração cultural é melhor definida a partir da multiplicidade.
O processo de evolução humana concretiza-se por meio do progresso do pensamento, do avanço tecnológico, da ciência e do processo civilizatório desencadeados. Podemos inferir que a construção da identidade brasileira é um processo complexo, desagregador de conjuntos e montador de novos núcleos que ao mesmo tempo são plurais e tolerantes. A caracterização da nossa identidade se liga, intimamente, na existência de uma identidade cultural, portanto, ao definirmos identidade nacional, certamente, precisamos recorrer a identidade cultural. O Brasil sofreu influência de portugueses, negros, índios e imigrantes. Daí resultam uma série de aspectos da nossa população.
Assim, a identidade nacional, é o somatório de valores culturais resultante da vivência, que, apesar de incluir as discrepâncias ou heterogeneidades regionais e peculiaridades grupais, seja caracterizável por um traço que permita a definição de um perfil multidimensional hegemônico baseado em homem, território, instituições, língua, costumes, religiões, história e futuros comuns.
Podemos inferir, então, que a identidade brasileira efetiva-se na existência de uma nação, representada pelo idioma, pelo Estado e por sua constituição geográfica. Essa identidade nacional tem como base cultural uma amálgama de valores e costumes que conferem à nossa identidade um caráter plural, porém único.
Por outro lado, podemos dizer que a experiência de identidade nacional, pode ser ligada com o documento identidade ( RG), pois a identidade nacional não é algo inato, ou seja, esse conteúdo pode variar de pessoa para pessoa, uma vez que um cidadão gosta de futebol, a sua identidade nacional, seja ela cultural ou não, passará pela associação do Brasil com o país do futebol; um outro cidadão pode gostar de carnaval, então, desprezar o nosso esporte, e inferir que o Brasil é o país do carnaval em todos os sentidos. Portanto, temos uma identidade nacional plural, seja ela burocrática, cultural e, até mesmo, política.

Reflexões sobre Literatura Feminina...

A Literatura Feminina é um tema polêmico, muitos a rotulam como um sub-gênero, mas poucos são os críticos que estudam e analisam as obras femininas, sem cair na tentação de buscar a tal voz feminina em meio às autoras, que apenas têm em comum o fato de serem mulheres escrevendo em diversos lugares do Brasil.
Dizer que a Literatura feminina tem suas características, é muito complicado, por exemplo, se tentarmos definirmos essa a partir do espaço e do ambiente diríamos que ela teria que acontecer na cozinha, ou no parque com os filhos, ou no supermercado, entre outros lugares. Mas por outro lado, a literatura masculina teria que ter como espaço a borracharia, ou a churrasqueira, ou a mesa de bar repleta de cervejas, enfim, seria complicado definir essa literatura sobre essa ótica.
Recorrendo a critérios literários e não a generalizações populares, ou seja, ao senso-comum, como a de que " a cozinha é lugar de mulher" e "o futebol é papo de homem", até mesmo porque essas ideologias já estão refutadas diante do nosso contexto cultural, por mais que alguns conservadores tentem reavivá-las.Se tentassemos definir essa literatura pelo ângulo da temática, poderíamos dizer que ela apresentaria temas como: a gravidez, o parto,a afetividade, a família, a instropecção, entre outros. Pois bem, muitos escritores teriam que rotular seu estilo como feminino, pois muitos homens retrataram a vida familiar, deixaram transbordar a sensibilidade em suas palavras, e o que dizer de Chico de Buarque que fala tão bem da alma feminina , ou de Cazuza que em certos momentos transporta as suas letras uma sensibilidade, Dessa forma, diríamos que a Rita Lee possui uma composição inteiramente masculina, uma vez que sua letras apresentam certa agressividade e erotização.
Não é possível a categorização do gênero, pois a literatura feita por mulheres é igual a feita por homens.Diante de tal fato, poderíamos perguntar onde fica a escrita de ficção? O que fazer com Fernando Pessoa? Uma vez que esse autor usou vários heterônimos, entre eles um feminino, chamado Maria José, com o qual ele escreveu " Maria José, metáfora de uma alma à janela ou A carta da corcunda para o serralheiro " . Poderíamos ainda falar das cantigas de amigo, da era medieval, pois bem, um leitor desavisado jamais suporá que foi escrita por homens tais cantigas.
Analisando essa questão de literatura feminina, poderíamos refutar o ângulo temático e partir para o eixo narrativo, ou melhor, buscar o tal olhar feminino que muitos estudiosos defendem.Mas como poderíamos definir esse tal olhar? Como ressalta Adriana Lisboa em seu artigo " Literatura Feminina: modos de enterrar", como definir esse olhar, sem cair no terreno da pura abstratização, como definir uma unidade ou um parâmetro para isso. Podemos ainda acrescentar, que a experiência do que é ser mulher é muito heterogênea, cada mulher tem sua própria vivência e experiência com o mundo feminino, principalmente no mundo pós-moderno e até mesmo no passado, basta relembrarmos de Pagu ( Patrícia Galvão).